Hoje eu fui numa competição de poesias fase estadual do SESI/SENAI, imagina! Me disseram que eu havia sido pré-selecionado, minha poesia (uma que eu nem havia gostado muito), como?
Quando me pediram para escrever a poesia, eu a havia escrito pelo premio de 50 reais para ser gasto na livraria Nobel, não nego, não escrevi com outro intuito. Como poucos escrevem na minha escola, não foi difícil ganhar, mas então, pouco depois fiquei sabendo que havia ganhado o campeonato regional, e então me convidaram para concorrer hoje ao estadual! Disseram ainda que foram 60 mil poesias inscritas, sendo uma de cada autor, e somente 55 os pré-selecionados (5 de cada uma das 11 categorias), tão logo fiquei sabendo disso corri para a calculadora (talvez engenheiros sejam pessoas realmente problemáticas), regrinha de 3 que não me falha, a chance de eu estar ali era de inferior a 0,092%!!!
No caminho para o prédio da FIESP (local da solenidade) me deparei com um cenário intimidador, diversas pessoas bem vestidas, câmeras para todo lado, sou levado a assentos reservados, a emoção aumenta e então surge Kiko Zambianchi, que começa cantando Primeiros Erros, e depois outras musicas, aquilo emociona, logo depois entra um poeta, declama, cita Vinicius de Moraes, mostra o valor da poesia, diz então que foram um total de 94.712 poesias inscritas, o coração bate mais forte, a calculadora volta a realizar seu trabalho, eu não era mais os 0,092%, eu era agora os 0,058%, os campeões são chamados, um de cada uma das 11 categorias, mas não eu, estou apenas aplaudindo, coração se acalma, já não há mais nada a se fazer. Não estou entre os 11, estou entre os 55.
Logo depois Kiko canta outra musica “Eu quero sempre mais que ontem / Eu quero sempre mais que hoje / Eu quero sempre mais do que eu posso ter”. A gente quer sempre mais! Quando a escrevi, queria apenas ganhar os 50 reais para gastar na Nobel (com a qual comprei Ensaio sobre a cegueira, muito bom, recomendo), depois descobri que havia ganhado o regional e eu nem sabia que estava concorrendo e depois que havia sido pré-selecionado para o estadual. Como a vitória é viciosa, a gente não aprende nada ganhando, pois quando se está em 1° lugar já não há mais desafios, mas ainda sim há o reconhecimento, o segundo lugar nunca é digno da atenção do primeiro, por isto queremos sempre o primeiro lugar, se tivesse ganhado teria fotografado o prêmio e estaria alimentando meu ego colocando no blog, orkut e onde mais eu pudesse me gabar, mas não. É, portanto, neste momento da derrota que as coisas ficam interessantes, a gente aprende de verdade, não é a toa que muitos cantores caem no esquecimento pouco depois da glória, eles param de buscar o algo mais.
No caminho conheci um professor, Sérgio Lowchinovscy, ele é escritor também, me disse que seu livro demorou 10 anos para ser publicado, hoje ele é recomendado para todas as escolas do estado, ele me disse também que é tudo uma questão de tempo, determinação e saber aproveitar as oportunidades, logo me simpatizei com a forma com que ele leva a vida, ele foi um escritor que passou por um processo de amadurecimento para escrever seus livros, não foi do tipo que ganhou tudo de mão beijada, ele teve que passar por diversos concursos sem ser o primeiro lugar também, até que fosse reconhecido, e foi o único que me disse algo interessante, “se você pensar bem, não há tanta diferença assim entre 55 e 11 numa escala de quase 95 mil”. É verdade, somos todos probabilidades bem raras, primeiro, uma em milhões de ser o esperma selecionado, depois a possibilidade de nascer saudável, a possibilidade de não morrer cedo, a possibilidade de nascer num país bom, as possibilidades... Se pensarmos bem, é nas derrotas que percebemos que somos verdadeiros milagres, que somos possibilidades tão raras quanto a de ganhar na loteria, mesmo assim, não deixamos de buscar sempre aquelas probabilidades mais pequeninas, aquelas que todos almejam, ser o 1° lugar.
____________________________________________________________
"A vida é feitas de alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Não te deixes deprimir pela tristeza, nem ‘embriagar’ pela alegria."
- Dito Popular
____________________________________________________________
No caminho para o prédio da FIESP (local da solenidade) me deparei com um cenário intimidador, diversas pessoas bem vestidas, câmeras para todo lado, sou levado a assentos reservados, a emoção aumenta e então surge Kiko Zambianchi, que começa cantando Primeiros Erros, e depois outras musicas, aquilo emociona, logo depois entra um poeta, declama, cita Vinicius de Moraes, mostra o valor da poesia, diz então que foram um total de 94.712 poesias inscritas, o coração bate mais forte, a calculadora volta a realizar seu trabalho, eu não era mais os 0,092%, eu era agora os 0,058%, os campeões são chamados, um de cada uma das 11 categorias, mas não eu, estou apenas aplaudindo, coração se acalma, já não há mais nada a se fazer. Não estou entre os 11, estou entre os 55.
Logo depois Kiko canta outra musica “Eu quero sempre mais que ontem / Eu quero sempre mais que hoje / Eu quero sempre mais do que eu posso ter”. A gente quer sempre mais! Quando a escrevi, queria apenas ganhar os 50 reais para gastar na Nobel (com a qual comprei Ensaio sobre a cegueira, muito bom, recomendo), depois descobri que havia ganhado o regional e eu nem sabia que estava concorrendo e depois que havia sido pré-selecionado para o estadual. Como a vitória é viciosa, a gente não aprende nada ganhando, pois quando se está em 1° lugar já não há mais desafios, mas ainda sim há o reconhecimento, o segundo lugar nunca é digno da atenção do primeiro, por isto queremos sempre o primeiro lugar, se tivesse ganhado teria fotografado o prêmio e estaria alimentando meu ego colocando no blog, orkut e onde mais eu pudesse me gabar, mas não. É, portanto, neste momento da derrota que as coisas ficam interessantes, a gente aprende de verdade, não é a toa que muitos cantores caem no esquecimento pouco depois da glória, eles param de buscar o algo mais.
No caminho conheci um professor, Sérgio Lowchinovscy, ele é escritor também, me disse que seu livro demorou 10 anos para ser publicado, hoje ele é recomendado para todas as escolas do estado, ele me disse também que é tudo uma questão de tempo, determinação e saber aproveitar as oportunidades, logo me simpatizei com a forma com que ele leva a vida, ele foi um escritor que passou por um processo de amadurecimento para escrever seus livros, não foi do tipo que ganhou tudo de mão beijada, ele teve que passar por diversos concursos sem ser o primeiro lugar também, até que fosse reconhecido, e foi o único que me disse algo interessante, “se você pensar bem, não há tanta diferença assim entre 55 e 11 numa escala de quase 95 mil”. É verdade, somos todos probabilidades bem raras, primeiro, uma em milhões de ser o esperma selecionado, depois a possibilidade de nascer saudável, a possibilidade de não morrer cedo, a possibilidade de nascer num país bom, as possibilidades... Se pensarmos bem, é nas derrotas que percebemos que somos verdadeiros milagres, que somos possibilidades tão raras quanto a de ganhar na loteria, mesmo assim, não deixamos de buscar sempre aquelas probabilidades mais pequeninas, aquelas que todos almejam, ser o 1° lugar.
____________________________________________________________
"A vida é feitas de alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Não te deixes deprimir pela tristeza, nem ‘embriagar’ pela alegria."
- Dito Popular
____________________________________________________________