eRA 2007, a música tocava ao fundo, uma voz anunciava ao microfone, as palavras emanadas por este ditavam aonde a gritaria começaria, onde a euforia reinava, era o momento da premiação, Olimpíada do Conhecimento, SENAI. Do terceiro para o primeiro colocado, eis que surge um grupo que mesmo em segundo lugar, comemora mais que os colados em primeiro e terceiro juntos. Era apenas um vídeo, eu não entendia porque o segundo lugar comemorava mais que os demais, até que se repetiu.
Atual 2009, 14 de novembro, minhas mãos suadas e congeladas formavam uma corrente com amigos competidores, meu corpo tremia, é difícil se lembrar ao certo como acontecem essas coisas, não me lembro da música ou qualquer outra coisa, somente do meu corpo se contorcendo quando minha escola é chamada para ser premiada em segundo lugar, uma descarga de adrenalina e euforia, pessoas me abraçando, nada mais existia senão aquele momento, subimos correndo no pódio e comemoramos mais que as medalhas de ouro e bronze juntas. Deja vu.
Compreendo finalmente, levei dois anos para entender que o que valia não era a posição, mas o valer a pena, o reconhecimento mesmo que inferior ao esforço e dedicação, um momento para liberar todo o nervosismo contido, apenas um momento, mas como dizia Tyler Durden “Um momento, é tudo o que se pode esperar da perfeição”.
Poderia ser ouro? Sim.
Isso muda alguma coisa? Num momento perfeito, não.
O mais cômico foram as pessoas tentando me consolar por não ficar em primeiro lugar, eu queria dizer a elas o quanto eu já estava feliz, com algumas eu até tentei, mas desisti. Talvez um dia elas entendam, já comemorei menos por um ouro que por esta prata, pois o valor de uma medalha não vem de sua idéia pré-concebida, mas de cada gota de suor gasta para obtê-la.
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“vALEU A PENA? tUDO VALE A PENA SE A ALMA NÃO É PEQUENA”
fERNADO pESSOA
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