domingo, 17 de agosto de 2008

dISCURSO PARA SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO DO CONCURSO DE POESIAS

Permitam-me dar o meu breve ponto de vista sobre a poesia. a POESIA É ALGO INÚTIL. Se pensarmos bem, palavras (o esqueleto da poesia), são um conjunto de símbolos que significam algo. Nada mais.
Os sábios, por sua vez, resolveram registrar seu conhecimento da forma mais perfeita possível contribuindo assim para a evolução da humanidade. Percebem como os sábios são formidáveis, simplesmente, úteis.
Mas logo vieram outros, e estes outros perceberam que podiam fazer algo totalmente diferente, eles podiam imaginar. A mais impossível das realidades é também, dentro de um livro, a mais pura das verdades. E é nesse ponto que surge o poeta.

Tem poesia que nos leva a pensar coisas ao contrário. Manuel Barros escreveu certa vez:
“Na infância a gente brincava com palavras
CÉU tem 3 letras
SOL tem 3 letras
INSETO é o maior”

Não é interessante pegar algo tão insignificante quanto o inseto e torná-lo maior que o céu ou o Sol?

Outros poetas ainda, nos fazem pensar mais profundamente:
“É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”
Renato Russo

E é nesse ponto que a gente começa a perceber que poesia é uma coisa dual. Poesia ainda é inútil, mas também é beleza! E não importa o quão inútil ela seja, sempre vamos gostar da beleza, seja o por do sol, seja o novo design de um produto, seja uma decoração do ambiente com flores, seja uma música de abertura, é tudo beleza e é por isso que sempre gostaremos da poesia, é por isso que sempre gostaremos de arte.

Agora, mais que tardio, apresento-lhes a minha poesia:

LEGADO

Fácil fazer previsões
Depois que aconteceu
Fácil querer voltar
Para o mundo que você viveu
Fácil deitar e chorar
Se foi você que mereceu
Fácil

Como um garoto displicente
Brincamos com a natureza
Suas fraquezas, nossos vícios em mente
Quero mais e mais riquezas
Dizia o egoísta contente

O primeiro aviso, Gaia nos deu
‘A natureza não é brinquedo’
Mas o tolo não tinha medo
E a vingança ocorreu

A terceira guerra começou
E não há nada de glorioso nisso
O planeta não nos quer
E não fomos os mocinhos

O ouro líquido saía da torneira
O sol era aconchegante
Comida e vida, abundante
Mas cada fonte esgotou
Queria ter vivido como ele
Então vovô termina e diz:
‘Lamento, nada fiz’
Até rima com lama e vento
E outras poucas coisas que me deixou

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei o seu poema! incrível!!! gostei muito mesmo, é original... deveria escrever mais vezes!

eupho.logia disse...

o melhor não foi escrever o poema
mas sim falar na frente de todos
os poetas aqui da cidade enquanto era filmado para ser transmitido: "Poesia é algo inutil (pausa)..." Alguns deram risadas, mas outros arregalaram o olhos! Vc devia ter visto