jÁ FAZIA MAIS DE UM ANO E MEIO QUE EU NÃO ESCREVIA NADA, mas na verdade eu já estava parando gradativamente... Durante este tempo todo eu juntei um punhado de ideias que julguei serem boas, uma porção de fracassos literários para ser sincero. Nenhuma ideia virou algo que eu achasse digno de ser publicado, mesmo que eu acredite que simplesmente não conseguir dar o polimento correto.
Diamantes em estado de carvão...
Depois de tanto pensar sobre por que eu havia parado de escrever, eu estava crente que tudo começou quando eu vi uma serie de profecias que apontavam para o fim do mundo ou em 21/12/2012 ou numa época muito próxima disso. Podem dar risada a vontade, mas foi a melhor coisa que me ocorreu! Durante os meses que se passaram, minha vida se tornou a encarnação de Carpe Diem, então comprei um videogame, viajei, fui a festas, rodeios, micaretas, praias, cachoeiras e tudo mais. Tudo coisas que antes eram apenas “Um dia eu faço...”.
Cheguei a ter pena do ‘eu’ que existiu um dia, deixando tantas vezes o prazer de viver no futuro. Com tanto tempo vivendo, sobrava pouco tempo pra pensar na vida, quanto mais escrever sobre ela! Assim como boa parte das pessoas que conheço, me tornei medíocre. E como é delicioso e fácil viver assim, com os olhos fechados! Minha única preocupação era ter dinheiro para bancar o máximo de futilidade possível, ter o máximo de status e ainda estudar o suficiente para não pegar nenhuma DP nos estudos...
Mas, porém, entretanto e contudo, não se pode viver cada dia como se fosse o último quando sempre surge mais um – infelizmente...
De repente Morpheus me ofereceu duas pílulas. Eu, seguindo a mesma desejo de Neo, peguei a vermelha... Então (re)abri os olhos.
Trazudindo, após assistir The Corporation, Zeitgeist (The Movie, Addendum, Moving Foward), War on Democracy, entre outros, percebi que o mundo estava de fato indo para o buraco. As pessoas nunca me pareceram tão fúteis, controláveis, lindas e sensuais por fora, vazias e incapazes de pensar por dentro, pobreza do ser em todas as classes sociais e o pior de tudo, todas elas queriam a pílula azul. O sistema criado para manter os ricos no poder e somente eles havia realmente funcionado, embora também os atingisse. Passei de medíocre para alienígena e infelizmente ou não, abrir os olhos foi irreversível, então me senti solitário.
Foram meses até eu descobrir porque havia parado de escrever. A resposta que encontrei: Deixei de amar. Primeiro por achar que a minha vida merecia ser vivida mais que a de qualquer pessoa – me tornei escravo de meu ego – depois, por achar que as outras pessoas não merecessem. De qualquer forma fui tardiamente conduzido ao sofrimento. Foi somente lendo um texto do Pe. Antony de Mello em Quebre o ídolo que vejo a simples resposta budista (irônico não) “Se não houvesse sofrimento, haveria amor”. Ainda estou tentando absorver a totalidade dessa mensagem deixada por Buda, que segundo ele, é preciso mergulhar no sofrimento para entender a sua causa e então destruí-la, só então é possível dar e receber paz e amores reais.
Espero que tal reflexão me conduza no caminho por viver o presente na mesma proporção de quando achava que o mundo iria acabar, mas não com a imaturidade de se fechar para os problemas do mundo, pois como dizia Rei Artur, “É servindo uns aos outros que nos tornamos livres”.
Bom... Como já dizia o sábio Pernalonga, That’s all folks! Sei que não é o melhor de meus textos, nem tampouco engraçado, mas me senti obrigado a ser sincero com aqueles que perguntaram sobre meu rompimento com as palavras escritas, especialmente ao descobrir que mesmo parado por tanto tempo o blog recebeu 60 visitas o mês passado! Quanto a voltar a escrever, deixo apenas um trecho do Capital Inicial “Eu não tenho as respostas e também não sei se essas são as perguntas certas...”. Aqui e de volta outra vez, como poderia ter dito Bilbo Bolseiro em algum outro dia qualquer…
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“vIVER É FACIL COM OS OLHOS FECHADOS” tHE bEATLES, sTRAWBERRY fIELDS fOREVER
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